Projeto e Tecnologia


Quando a tecnologia, mais especificamente o computador, começou a chegar nas escolas públicas, um pouco antes dos anos 90, já havia metodologias de uso baseadas em princípios construcionistas que nortearam o trabalho por projeto nos laboratórios de informática das escolas. No trabalho por projeto com tecnologia, a professora Léa Fagundes foi criadora de uma proposta metodológica de projetos desenvolvidos com alunos usando os recursos computacionais. Esta proposta deu origem a uma metodologia adotada no Projeto Amora que se desenvolve no Colégio de Aplicação da UFRGS. O Projeto Amora desenvolve-se em uma estrutura diferenciada da escola pública regular, tanto na organização tempo/espaço escolar como no papel do professor, o que favorece a concretização dos princípios construtivistas aliadas às ideias de Papert envolvendo o uso do computador e se constitui como referência para outras experiências.

Conheça mais as ideias de Papert assistindo o vídeo em que ele e Paulo Freire dialogam sobre a escola, aprendizagem, tecnologia, cultura e conhecimento. 


O Projeto Amora estruturou uma metodologia pedagógica em que o trabalho com projeto deve sempre partir de uma pergunta do aluno e o professor faz suas intervenções no sentido de levantar as dúvidas temporárias e certezas provisórias dos alunos, instigando-os a atitude de pesquisador e produtor do seu conhecimento. Essa metodologia de projeto foi denominada de Projeto de Aprendizagem. Essa metodologia – Projeto de Aprendizagem desenvolve-se com a participação de uma equipe de professores que desempenham diferentes funções de forma inter-relacionadas: professor coordenador, professor articulador, professor tutor, professor orientador e professor especialista. Essa experiência do Projeto Amora tem trazido subsídios importantes para a reflexão sobre o trabalho com projeto e como a tecnologia pode ser utilizada pode ser utilizada com os alunos de maneira que desperte a sua criatividade no processo de aprender. 

Para saber mais sobre as implicações envolvidas no trabalho com projetos usando as tecnologias, leia o texto Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações, da Professora Maria Elisabette Brisola Brito Prado.  integração das tecnologias-primeiro capitulo


O professor trabalha com projetos respeita os diferentes estilos, decisões e ritmos de trabalho dos alunos desde a etapa de planejamento, escolha de tema e respectiva problemática a ser investigada, transformando sua turma de alunos em uma comunidade de aprendizagem e investigação. 

Não é o professor quem planeja para os alunos executarem, ambos podem ser parceiros e sujeitos de aprendizagem, cada um atuando segundo o seu papel e nível de desenvolvimento. 


Segundo Almeida (2001), as questões de investigação são formuladas na situação levando em conta as dúvidas, curiosidades e indagações dos alunos a respeito de problemáticas reais e, a partir de seus conhecimentos prévios, valores, crenças e experiências, ocorre a mobilização de aquisições cognitivas e a construção de estratégias para resolver os distintos problemas envolvidos no projeto, cuja superação envolve competências diversas colocadas em ação pela reunião das potencialidades de diferentes pessoas.


“...no desenvolvimento do projeto o professor pode trabalhar com os alunos diferentes tipos de conhecimentos que estão imbricados e representados em termos de três construções:
procedimentos e estratégias de resolução de problemas, conceitos disciplinares e estratégicas e, conceitos sobre a aprender”(VALENTE, 2002, p.4).


Para saber mais sobre as questões relacionadas à tecnologia na educação, o trabalho com projeto e a formação e educações, leia o artigo (Capítulo 4) Aprender por Projeto, Formar Educadores, de Pedro Ferreira de Andrade.